Noah era uma jovem que vivia atrás de emprego. Um certo dia. A garota encontrou um emprego na empresa do empresário Elói Riveira. Após passar a conviver com o CEO, Noah irá enxergar o homem com outros olhos. Nesse sentido de convivência, irá descobrir que Elói sofre pela a morte da da sua ex esposa, Marina. No decorrer do caminho. O melhor amigo de Noah era apaixonado por ela desde criança e passará a persegui-la e viverá um pesadelo. Elói depois de um tempo descobrirá sobre o amor e tenta protegê-la de todos.
Ler mais12 — Senhor Riveira — ela começou, séria — há acusações de uso indevido de dados pessoais, manipulação de processos seletivos e relação imprópria com uma funcionária. Deseja se manifestar? Elói se levantou. Me olhou por um segundo, como quem diz “confia em mim”. — Sim, desejo. E então, com a voz firme e sem rodeios, disse: — Todas as acusações têm fundo de verdade. Eu cometi erros. Obsessivos. Perigosos. Mas não usei minha posição para forçar ninguém a força , e estou disposto a abrir mão do meu cargo se for o preço da verdade. Um murmúrio se espalhou. A Sra. Cho o observou em silêncio, depois virou-se para mim. — E você, Srta. Noah? Foi coagida? Há algo que queira relatar? Me levantei, sentindo cada olhar me perfurar. — Fui observada. E isso me feriu. Mas hoje estou aqui por escolha. E escolho não me calar, mas também não fugir. Elói errou. Mas também teve coragem de parar. De se despir do poder por algo maior.
11 Ficamos em silêncio por um tempo. O vento soprava leve, balançando as folhas ao nosso redor, e eu podia sentir a dor dele pairando entre nós como uma sombra que ainda não havia se dissipado. Mas não era uma sombra que assustava… era humana. Real. Elói apertou meus dedos com delicadeza, como se aquele simples toque fosse um pedido de permissão para continuar. — Marina era meu oposto — ele começou, a voz rouca. — Sonhadora, intensa… fazia questão de viver cada dia como se fosse o último. E talvez por isso tenha partido tão cedo. Ele desviou o olhar para o lago, como se ainda visse algo — ou alguém — ali. — Ela morreu num acidente de carro. Chovia muito. Eu deveria estar com ela naquela noite, mas cancelei de última hora por causa de uma reunião. — Fechou os olhos por um instante. — Passei anos tentando me perdoar por isso. Senti um aperto no peito. A vulnerabilidade dele me tocava de um jeito que poucas verdades tocam: aquela que vem de uma dor transformada em cicatriz.
10Respirei fundo, tentando processar tudo. A proposta de Jonathan ainda ecoava na minha cabeça como uma bomba prestes a detonar, mas o olhar de Elói — tão vulnerável e sincero — me mantinha ancorada à verdade que eu não queria mais negar: eu sentia algo por ele. Algo forte. Mas isso não significava que eu abriria mão de mim.— Eu não sou moeda de troca, Elói. E não serei escada pra vaidade de nenhum dos dois. Nem sua… nem dele.— Eu sei. — Ele disse, se aproximando mais. — Mas essa decisão tem que ser só sua. Sem culpa. Sem amarras.Fechei os olhos por um instante. E, enfim, falei:— Vou à reunião hoje. Sozinha. Quero ouvir o que o grupo coreano tem a dizer. Quero entender o que Jonathan está tentando costurar. E depois… eu decido.Ele assentiu, com um gesto quase militar. Mas antes que eu saísse do quarto, segurou minha mão.— Só me promete uma coisa.— Qual?— Que, se tudo desmoronar… você vai continuar sendo exatamente quem é.Olhei para ele por um longo
09— Estou. Porque foi verdadeiro. E porque funcionou.Ele se aproximou, invadindo o espaço entre nós com aquele perfume frio e arrogante.— Mas isso não te torna invencível. Você só ganhou um round. Ainda tem todo o campo minado pela frente.— Se for pra explodir algo, que comece com suas intenções — respondi, firme, e dei as costas.Vi de relance quando Elói apareceu no final do corredor. O olhar dele caiu direto sobre nós, e por um segundo, pude sentir a tensão pulsando como eletricidade entre os três.Jonathan lançou um sorriso venenoso para Elói.— Vai deixar ela se queimar sozinha, Riveira?Elói não respondeu. Apenas caminhou até mim e, sem tocar, disse com voz firme:— Vem comigo. Agora.Segui, sem questionar. Entramos no elevador, e só quando as portas se fecharam, ele explodiu.— Nunca mais fique sozinha com ele.— Eu não sou sua posse, Elói — retruquei, de imediato. — Você me prometeu liberdade. Eu estou jogando com isso.Ele apertou os olhos, frustra
08 Elói congelou no movimento de se levantar. A tensão no ar ficou espessa como névoa pesada. Ele girou devagar, os olhos encontrando os meus com algo entre surpresa… e culpa.— Eu não sei o porquê me escolheu. E eu quero que seja verdadeiro. Você estava me vigiando Elói? Por isso pediu ao meu pai para me levar a empresa? Me fez assinar um contrato que envolve sexo também, o que está me propondo ? Quer que eu seja sua submissa? Falo que não sou mulher de ninguém, antes que eu sinta que essa pessoa me passa confiança. — Eu... — ele começou, mas a voz falhou. Passou a mão pelo cabelo e deu um passo à frente. — Não. Não foi vigilância. Foi curiosidade... no início. Depois, foi fascínio.— Fascínio? — repeti com amargor. — Isso justifica manipular tudo ao meu redor? Me colocar nesse jogo sem sequer me dizer as regras?— Eu não te manipulei. Eu criei uma chance de você se aproximar. E sim, eu pedi ao seu pai. Mas não porque queria te controlar. Porque queri
07— Ele quer conversar. Negócios, segundo ele. Mas com Jonathan, nem tudo é o que parece.A tensão voltou a preencher o ar entre nós. Elói se aproximou e, pela primeira vez, tocou meu rosto com calma.— Se ele te provocar, não reaja. Não aqui.— E se ele me desafiar?— Deixe que eu cuide disso. — Os olhos dele estavam mais escuros agora. — Eu nunca perco o controle... principalmente quando alguém ameaça o que me interessa.Antes que eu pudesse processar a frase, uma batida na porta o interrompeu.Jonathan entrou segundos depois, usando um sobretudo preto e o mesmo sorriso de sempre: afiado, encantador, perigoso.— Belo quarto. Mas esperava que ela estivesse sozinha.— Esperar demais é um erro que você comete com frequência — Elói respondeu, seco.Jonathan me olhou como se eu fosse uma peça valiosa em um tabuleiro antigo.— Espero que esteja pronta para o que Seul reserva. Aqui... alianças se quebram no tempo de um gole de soju.— E peças frágeis se recolhem an
06 — Ou voar. — Ele segurou meu olhar com firmeza. — Mas eu prometo... se você cair, eu caio junto.Engoli seco. A intensidade dele era como fogo em lençóis de seda.Desci do carro sem dizer mais nada. Apenas o encarei por alguns segundos. E então, com o coração batendo fora do ritmo, sussurrei:— Eu nunca fui boa em confiar.— E eu nunca fui bom em merecer.A porta fechou, e ele partiu.Mas eu sabia... a próxima jogada era minha. 《♤♧◇♤》 Na manhã seguinte, o sol mal tinha surgido e eu já estava de pé, sentada à mesa da cozinha com uma xícara de café entre as mãos e mil pensamentos na cabeça. A noite passada ainda pulsava em mim — o jantar, Jonathan, Elói… e aquela promessa velada. “Se você cair, eu caio junto.”Palavras bonitas. Mas eu sabia que, no mundo de Elói, palavras podiam ser armas ou armadilhas.Mamãe entrou na cozinha, me observando em silêncio antes de perguntar com doçura:— Já decidiu se vai?Assenti, olhando p
05Às 19h em ponto, eu ainda estava parada em frente ao espelho, indecisa entre dois vestidos. Um preto, justo, de alças finas — clássico e direto. O outro, vinho, com decote discreto, mas tecido que desenhava meu corpo com firmeza e elegância.Optei pelo vinho.Ele dizia exatamente o que Elói pedira: "Eu comando minha própria história."Prendi o cabelo em um coque moderno, deixei alguns fios soltos nas laterais. Batom vermelho escuro, delineado firme. Salto alto, postura reta. Cada detalhe era uma declaração: não sou acessório. Sou presença.Às 19h30 em ponto, ouvi a buzina curta do carro.Desci as escadas com as mãos geladas, mas o coração quente. Papai apareceu no corredor, me lançando um olhar silencioso. Ele sabia que essa noite era mais do que apenas um jantar. E não disse nada. Apenas sorriu de lado. Cúmplice. E, talvez, preocupado.Lá fora, o carro preto me esperava. O vidro baixou devagar, revelando Elói — de blazer escuro, camisa parcialmente ab
04No dia seguinte, levantei com o cabelo desgrenhado, o rosto marcado pelo travesseiro e um turbilhão de pensamentos na cabeça. Fui direto para o banheiro. A água quente caía sobre meu corpo, mas não era suficiente para acalmar o que borbulhava dentro de mim.Me olhei no espelho enquanto enrolava a toalha no corpo. A imagem refletida era a minha — mas ao mesmo tempo, não era. Havia algo diferente nos meus olhos, um brilho novo, quase desafiador. Como se a mulher que me encarava soubesse de algo que eu ainda estava tentando entender.Naquela entrevista, Elói não só me ofereceu um emprego. Ele despertou algo adormecido. Uma parte de mim que eu mesma havia esquecido. E isso me apavorava... e excitava ao mesmo tempo.Abri o armário e vesti a roupa que havia separado na noite anterior: calça de alfaiataria preta, blusa branca com leve transparência e um blazer justo. Um salto alto preto completava o visual. Eu estava pronta para enfrentá-lo — ou pelo menos fingir