Não sou mulher de ninguém
— Senhor Riveira — ela começou, séria — há acusações de uso indevido de dados pessoais, manipulação de processos seletivos e relação imprópria com uma funcionária. Deseja se manifestar? Elói se levantou. Me olhou por um segundo, como quem diz “confia em mim”.
— Sim, desejo.
E então, com a voz firme e sem rodeios, disse: — Todas as acusações têm fundo de verdade. Eu cometi erros. Obsessivos. Perigosos. Mas não usei minha posição para forçar ninguém a força , e estou disposto a abrir mão do meu cargo se for o preço da verdade. Um murmúrio se espalhou.
A Sra. Cho o observou em silêncio, depois virou-se para mim.
— E você, Srta. Noah? Foi coagida? Há algo que queira relatar?
Me levantei, sentindo cada olhar me perfurar.
— Fui observada. E isso me feriu. Mas hoje estou aqui por escolha. E escolho não me calar, mas também não fugir. Elói errou. Mas também teve coragem de parar. De se despir do poder por algo maior.
Houve uma pausa pesada, até que Ál