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Não sou mulher de ninguém

12

— Senhor Riveira — ela começou, séria — há acusações de uso indevido de dados pessoais, manipulação de processos seletivos e relação imprópria com uma funcionária. Deseja se manifestar?

Elói se levantou. Me olhou por um segundo, como quem diz “confia em mim”.

— Sim, desejo.

E então, com a voz firme e sem rodeios, disse:

— Todas as acusações têm fundo de verdade. Eu cometi erros. Obsessivos. Perigosos. Mas não usei minha posição para forçar ninguém a força , e estou disposto a abrir mão do meu cargo se for o preço da verdade. Um murmúrio se espalhou.

A Sra. Cho o observou em silêncio, depois virou-se para mim.

— E você, Srta. Noah? Foi coagida? Há algo que queira relatar?

Me levantei, sentindo cada olhar me perfurar.

— Fui observada. E isso me feriu. Mas hoje estou aqui por escolha. E escolho não me calar, mas também não fugir. Elói errou. Mas também teve coragem de parar. De se despir do poder por algo maior.
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