05 Às 19h em ponto, eu ainda estava diante do espelho, indecisa entre dois vestidos. Um preto, justo, de alças finas — clássico e direto. O outro, vinho, com um decote sutil e tecido que desenhava meu corpo com firmeza e elegância. Optei pelo vinho. Ele dizia exatamente o que Elói pedira: "Eu comando minha própria história." Prendi o cabelo em um coque moderno, deixando alguns fios soltos nas laterais. Batom vinho escuro, delineado preciso. Salto alto, postura reta. Cada detalhe era uma declaração: não sou acessório. Sou presença. Às 19h30, a buzina curta do carro cortou o silêncio da rua. Desci as escadas com as mãos frias, mas o coração em brasa. Papai apareceu no corredor, me lançando um olhar mudo. Ele sabia que aquela noite era mais do que apenas um jantar. E não disse nada. Apenas sorriu de lado — cúmplice, talvez preocupado. Lá fora, o carro preto me aguardava. O vidro desceu lentamente, revelando Elói — de blazer escuro, camisa com o colarinho aberto, e aquele mesmo olha
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