O sol começava a surgir tímido entre as frestas da madeira, projetando linhas douradas sobre o lençol amarrotado. O ar da cabana tinha o cheiro misturado de lenha queimada, chuva antiga e algo novo — um perfume que só existe quando o amor é recente, mas parece eterno.
Anne despertou devagar, sentindo o calor de Alec ainda próximo. Por um instante, ficou apenas observando o rosto dele, meio escondido entre o travesseiro e a luz do amanhecer. A expressão calma, quase infantil, fazia o coração dela apertar de um jeito doce.
Ela sorriu sozinha, lembrando dos sussurros da noite anterior — as palavras ditas baixinho, os risos contidos, os olhares que diziam tudo sem precisar de som.
Alec se mexeu, abriu os olhos devagar e, ao vê-la sorrindo, sorriu também.
— Eu devia acordar assim todo dia — disse, com a voz ainda rouca.
— E quem disse que não pode? — Anne respondeu, brincando com o tom.
Ele riu e a puxou de leve, fazendo com que ela caísse sobre o peito dele. O toque foi natural, tranquilo