A sirene cortava a madrugada como um grito de socorro preso entre o céu e o asfalto.
As luzes vermelhas da ambulância refletiam no vidro molhado, riscando o rosto de Anne com flashes de medo. Ela mal sentia o corpo — só o frio nas mãos e o som do coração tentando acompanhar o ritmo frenético das rodas na estrada.
Alec estava deitado na maca, pálido, respirando com dificuldade.
O ar saía em pequenos intervalos, como se cada fôlego fosse um pedido silencioso pra não ir embora ainda.
Anne o observava, incapaz de entender o que estava acontecendo.
— Alec... fala comigo, por favor... me escuta... — sussurrou, a voz falhando entre soluços.
O paramédico respondeu com um olhar rápido, o tipo de olhar que diz o que ninguém quer ouvir.
O oxigênio chiava. O monitor apitava.
E o mundo parecia encolher dentro do peito dela.
Com as mãos trêmulas, ela pegou o celular.
— Maikon... é o Alec... ele desmaiou, eu... eu não sei o que fazer!
O irmão demorou a responder. A voz dele saiu abafada, como se lut