O quarto estava mergulhado em penumbra, iluminado apenas pelo abajur no criado-mudo ao lado da cama. A luz emitia um suave dourado que acariciava o rosto de tranquilo de Léo, adormecido, e agora, entregue ao sono sua respiração calma subia e descia em ritmo constante. Finalmente uma respiração serena. Um quadro de paz absoluta. A mão pequena dele ainda repousava sobre a de Olivia, mesmo inconsciente.
O mundo lá fora parecia distante, irrelevante. Mas dentro de Olívia, não havia paz alguma, tudo era guerra.
Ela ainda sentia o eco da pergunta do filho latejando no peito:
“Mamãe… promete que o Ian nunca vai embora?”
E o silêncio dela, que nunca conseguira responder.
E a resposta dele, firme, definitiva, que atravessou a alma dela como uma adaga:
“Eu não vou a lugar nenhum, Léo.”
Agora, observando o menino dormir, ela queria chorar.
Chorar de alívio por ver Léo feliz, mas também de medo, porque sabia que toda felicidade tinha prazo de validade naquela casa.
Com cuidado, Olivia se obrigou