A porta se fechou atrás de Olívia com um estrondo surdo.
O peito dela ardia, a respiração entrecortada. O sangue parecia gritar dentro das veias.
Os pais, Benjamin, Nicolau, Ian.
Cada um tinha arrancado mais um pedaço do pouco de sanidade que ainda restava nela.
Por um instante, só queria deslizar pelas paredes e se encolher no chão.
Mas, quando ergueu os olhos, encontrou dois pares de olhares sobre si.
Helena estava em pé, próxima à cama, atenta.
E Léo, sentado, com os olhos grandes, inocentes, perguntou com a simplicidade que só uma criança podia ter:
— Mamãe… você não trouxe minha comida?
A pergunta foi como uma faca girando dentro dela.
O choque e a raiva contra si mesma explodiram.
Como pôde? Estava tão mergulhada em raiva, em ressentimento, em guerras que não pedira para travar… que esqueceu o único motivo de estar ali. O único que importava.
— Eu… — a voz falhou.
Ela engoliu em seco, forçou um sorriso trêmulo.
— Eu já vou pegar, amor.
Mas antes que pudesse se mover, um som de b