O som do soco ainda reverberava nas paredes da cozinha, como um trovão contido.
O silêncio que se seguiu era tão denso que parecia sufocar. Por um instante, ninguém respirou.
Benjamin cambaleou para trás, o corpo esbarrando contra a mesa de jantar. O copo que estava à beira da toalha tombou e se espatifou no chão, mas o som do vidro não foi nada diante do impacto de Ian.
Com o canto da boca sangrando, ele arqueou o corpo contra a mesa. O sorriso torto não desapareceu, pelo contrário, se alargou, como se a dor fosse combustível para sua provocação.
O punho de Ian ainda pairava no ar, trêmulo de raiva.
O peito arfava pesado, subindo e descendo rapidamente, como se cada inspiração fosse um estopim para conter a fúria que transbordava e vinha em ondas. Os olhos negros estavam escuros demais, duas brasas incandescentes fixas em Benjamin.
Ele permanecia firme, os ombros tensos, o punho se fechando com mais força, como se qualquer movimento em falso fosse motivo para um segundo ataque.
— Ia