O som da mala caindo ecoou pela sala como um trovão. O coração de Olívia parou por um segundo, depois disparou num ritmo frenético, como se fosse escapar pelo peito.
Ela não acreditava no que via.
Ali, diante dela, estavam dois rostos que pertenciam ao passado, rostos que ela acreditara nunca mais precisar rever. Não eram lembranças, não eram pesadelos; estavam ali, de carne e osso.
Rostos que a ensinaram cedo que o sangue nem sempre significava família.
Ela sentiu a garganta fechar. A visão embaçou.
As lembranças vêm em memórias e ecos da própria voz de Olívia dizendo a si mesma que agora é a hora, precisava esquecê-los, deixar o passado para trás. E ela recorda como havia sido difícil seguir em frente depois de tudo que havia sofrido por anos, era quase impossível, quando, todas as noites antes de dormir, via tudo em sua cabeça. Revivendo uma e outra vez.
— O que diabos… — a voz falhou, mas ela tentou de novo, mais firme, embora trêmula. — O que diabos vocês estão fazendo aqui?
O p