Os dias tinham passado em um ritmo estranho: lento como gotas de soro caindo, rápido como as batidas descompassadas do coração de Olívia cada vez que um médico surgia com uma prancheta na mão.
Agora, finalmente, o alívio tinha um nome: alta da UTI.
Léo estava fora do perigo imediato, em um quarto comum. Ainda frágil, ainda cercado de aparelhos, mas ali, onde a mãe podia tocar o vidro sem medo de contaminar, onde podia ouvi-lo resmungar baixinho, onde o coração dela, pela primeira vez em semanas, parecia respirar.
Olívia ajeitava as roupas dele em uma pequena mala. Cada peça era dobrada com uma reverência silenciosa, como se fosse algo sagrado. Ian ajudava em silêncio. O silêncio dele não era vazio, era atento. Observava os movimentos dela, sabia que qualquer palavra mal colocada poderia fazer desmoronar o frágil equilíbrio daquele momento.
— Vou buscar os relatórios de medicação com a enfermeira. — disse ele, baixo, antes de sair.
Olívia assentiu, sem erguer os olhos.
Foi nesse instan