A reunião terminou com um estalar seco da bengala de Nicolau contra o piso.
— Por hoje é suficiente. — declarou, e os sócios começaram a se levantar, murmurando entre si.
O ambiente ainda carregava resquícios da batalha velada que haviam presenciado, mas todos fingiam normalidade. O som das cadeiras sendo empurradas, das pastas recolhidas, dos passos ecoando contra o vidro foi se apagando aos poucos.
O último dos sócios fechou a pasta, murmurou algo em voz baixa e deixou a sala. O eco dos passos foi diminuindo até desaparecer completamente no corredor.
Até restarem apenas duas presenças naquela sala de vidro.
Dois homens.
Dois Moretti.
Dois inimigos.
Ian e Benjamin.
O silêncio era sufocante. Denso, pulsante, pronto para explodir. Não havia mais plateia, não havia Nicolau para intervir. Só eles, as paredes de vidro e os fantasmas que carregavam.
Benjamin foi o primeiro a se mover. Encostou-se na cadeira, cruzou os braços e deixou o silêncio se arrastar até se tornar provocação. O sorri