A sala de triagem tinha uma luz branca quase cruel, mas havia também um tipo de silêncio quase confortável, quebrado apenas pelo zumbido de um monitor cardíaco e o barulho constante do ar-condicionado.
O som ritmado do gotejar compassado do soro escorrendo pelo equipo também parecia zombar da exaustão que dominava Olívia. A luz forte refletia o seu rosto, revelando não apenas o cansaço físico, mas a exaustão da alma.
Ela se manteve sentada, encolhida na poltrona, os braços cruzados sobre o colo, como se quisesse se recolher ao menor espaço possível e se proteger do mundo.
Helena ajeitou as luvas e o jaleco, verificou a agulha no braço dela, e só depois puxou uma cadeira para se sentar ao lado, com aquele jeito que misturava firmeza e doçura. Não havia pressa nos gestos. Era como se soubesse que Olívia precisava de silêncio antes de qualquer palavra. Esperou alguns instantes, como quem mede a temperatura do amor antes de ousar outra.
Por minutos inteiros, ficaram assim: Olívia respi