O corredor parecia pequeno demais para conter a tensão que explodia entre os três.
Olívia congelou, os olhos fixos na figura imponente de Nicolau. Ian, ao seu lado, manteve a postura impassível, mas por dentro, o mundo dele ruía.
Crescera aprendendo que Nicolau não deixava nada escapar. Não eram as palavras ditas que entregavam, mas os silêncios, as frestas, os olhares. E agora, diante do avô, Ian sabia: eles haviam acabado de exibir uma rachadura perigosa.
A sombra de Nicolau avançou pelo corredor com calma, firme, dono de cada passo. Ele parou diante deles, olhos frios, e soltou, quase como um murmúrio carregado de peso:
— Segredos… eles sempre pesam mais à noite, não é?
Olívia sentiu a garganta secar. Aceitava qualquer ajuda pra sair dessa conversa. O coração disparava, e ela entendeu que precisava se mover rápido, antes que aquela frase se transformasse em um laço em volta de seu pescoço. Precisava se expor… só o suficiente. Precisava dar a Nicolau algo para mascarar o verdadeiro