O silêncio pesado, quase sagrado da mansão foi bruscamente interrompido, quando o som do tapa ecoou no corredor, como um trovão.
O som seco vibrou pelas paredes, quebrando a quietude com violência, ainda pairando no ar como um estilhaço impossível de ignorar.
Clara levou a mão ao rosto marcado, os olhos arregalados mais de choque do que de dor.
— Sua… — ela começou, a voz embargada, e ergueu a mão para devolver o golpe.
Mas Olívia estava cansada demais por aquela noite, ferida de demais e a raiva acumulada a movia. Tomada por uma fúria que queimava no fundo da garganta, reagiu antes.
Com um reflexo certeiro, agarrou o pulso de Clara no ar, com força, antes que ele sequer chegasse perto de seu rosto, prendendo-o contra o espaço entre elas.
— Nem pense nisso— rosnou, a voz baixa, grave, como se tivesse arrancado de dentro dela. Os olhos faiscando, enquanto o aperto em seus dedos era firme, quase cruel — Eu devia ter feito isso anos atrás. Muito antes... quando entrei no meu quarto e te