O ar na sala de conferências privada do andar executivo do hospital era diferente. Não tinha o cheiro antisséptico da UTI, mas sim um perfume pesado de poder, hesitação e café caro. Olívia estava em pé à cabeceira da mesa longa de madeira escura, vestindo um tailleur emprestado que Carla trouxera na mala para ela. O traje lhe ficava um pouco largo, mas transmitia a solenidade necessária. Seu rosto estava pálido, mas seus olhos, ainda marcados pelo cansaço, queimavam com um foco frio.
À sua volta, seis homens – os sócios majoritários remanescentes das Indústrias Moretti que não haviam fugido depois dos escândalos ou sido apontados nos arquivos de Helena como corruptos – a observavam com uma mistura de curiosidade, ceticismo e preocupação genuína.
— Obrigada por virem em um momento tão crítico — começou Olívia, sua voz clara, sem hesitar. — O Ian está estável. A bala não atingiu órgãos vitais, mas a recuperação será longa. Ele está sedado agora, mas antes disso, foi categórico sobre uma