O mármore do banheiro estava gelado sob suas palmas. Olívia se inclinava sobre a pia, os olhos fechados com força, como se pudesse espremer a verdade de dentro do próprio crânio.
Não estou grávida.
O mantra soava oco, mesmo em seus pensamentos. Uma afirmação frágil contra a tempestade de sintomas que a assolavam. Seus dedos se apertavam contra a superfície lisa até doerem, buscando uma âncora em meio ao turbilhão.
É psicológico. Só pode ser. Tem que ser.
Ela forçou os pulmões a puxarem ar, um exercício doloroso. A mente, embotada pelo cansaço e pelo vinho, tentou fazer contas.
Dias? Quantos desde a última vez? A última vez com Ian, naquela noite de entrega e desejo naquele mesmo quarto, o ar ao redor embaçado pelo calor de seus corpos...
Um alívio pálido e trêmulo lavou-a por dentro quando a conta fechou. Nem mesmo atrasada estava. Era fisicamente impossível. Seu corpo, traiçoeiro, estava apenas em revolta. Uma revolta contra o vinho tomado de estômago vazio, contra as emoções estran