O ar no bar do hotel pesava como um véu úmido, cada molécula carregada da tensão não resolvida entre os irmãos. O som do gelo batendo contra o vidro do copo de Ian marcava um ritmo funéreo, a única trilha sonora entre o silêncio opressivo e o caos emocional que ameaçava explodir.
Alexander deslizou para o banco ao lado com a graça felina de um predador que sabe ter sua presa encurralada, sinalizando para o garçom com um gesto despreocupado.
— Um uísque. Do mesmo que ele está bebendo — disse Alexander, seu meio sorriso um claro ato de provocação calculada.
Ian apertou o maxilar até sentir os músculos da mandíbula queimarem.
— Você não devia estar aqui — suas palavras saíram entre dentes cerrados, cada sílaba um aviso.
— Por quê? — Alexander arqueou uma sobrancelha em falso questionamento. — Somos irmãos, afinal de contas. Deveríamos brindar a esse fato inegável.
— Não somos nada — Ian rosnou, sua voz baixa mas carregada de uma fúria que tremia sob a superfície. — E não finja que esta