As lágrimas caíam sem cerimônia, cada uma carregando fragmentos de uma dor que Olívia já não conseguia nomear. Ela não sabia mais se chorava pela culpa que a consumia, pelo medo do futuro ou simplesmente pela exaustão de carregar o peso de tantas verdades não ditas. O chão frio daquela calçada parecia o único lugar sólido em um mundo que desmoronava ao seu redor.
Carla ajoelhou-se ao seu lado, suas próprias lágrimas misturando-se às da amiga em um testemunho silencioso de dor compartilhada.
— Eu... me desculpe, Livi. — a voz de Carla saiu trêmula, carregada de arrependimento genuíno. — Eu estava magoada, com raiva de tudo, mas nunca deveria ter dito aquelas coisas para você. Você é a pessoa mais forte que conheço.
Olívia ergueu o rosto, seus olhos inchados e vermelhos encontrando os da amiga.
— Eu também me desculpo. — ela respondeu entre soluços que pareciam vir das profundezas de sua alma. — Não sou egoísta, Carla... só estou tão cansada. É como se eu estivesse constantemente ten