O silêncio que se seguiu foi opressivo, preenchendo cada centímetro do espaço que os separava.
Olívia sentia o peso físico do olhar de Ian em seu peito, cada respiração um esforço consciente contra a pressão que parecia querer esmagá-la. O ar na calçada da casa de Carla estava parado, pesado com o calor do final de tarde e com tudo que não estava sendo dito.
Ian permanecia diante dela como uma estátua esculpida em gelo; seus traços familiares, outrora tão cheios de vida e paixão, agora fixos em uma máscara de impenetrável frieza. Seus olhos, que ela lembrava cheios de calor e intensidade, agora a encaravam com um distanciamento que doía mais que qualquer acusação.
— O que você quis dizer com aquilo? — A pergunta de Olívia pairou no ar entre eles, uma tentativa frágil de atravessar a barreira que ele erguera.
Ele não respondeu. Em vez disso, começou a se virar, um movimento deliberado e final que a fez sentir um pânico súbito e agudo.
— Ian, por favor... — sua voz quebrou, carregada d