O dia amanheceu com o céu de chumbo. Nenhum raio de sol ousava romper as nuvens espessas que cobriam a cidade.
Era como se o próprio mundo tivesse vestido luto.
Ian se olhou no espelho: o terno preto ajustado com perfeição, o colarinho da camisa branca imaculado. O rosto, pálido. Os olhos, fundos, vermelhos, mas secos.
Havia aprendido, desde pequeno, que homens da família Moretti não choravam em público.
Hoje, porém, até ele duvidava se conseguiria sustentar essa regra.
Do lado de fora da mansão, flashes de câmeras e vozes frenéticas da imprensa esperavam qualquer movimento.
“Moretti morre e deixa império em disputa.”
“Segredos e herdeiros: o último mistério de Nicolau Moretti.”
As manchetes ecoavam em todas as telas, os repórteres se empurravam para captar qualquer reação, qualquer detalhe.
Matheus tentou abrir caminho entre os jornalistas, mas Ian o deteve com um gesto.
— Deixa. Eles vão ter o que quiserem, como sempre — murmurou. — Só não vão ter o que mais importa.
Quando Olívia a