Quando Olívia retornou, o corredor do hospital estava silencioso demais.
O tipo de silêncio que não nasce da paz, mas do esgotamento. O tipo que segue as tempestades.
Olívia caminhava devagar, o som dos próprios passos ecoando no piso encerado. O encontro com Nicolau ainda fervia em sua mente, as palavras dele, o peso do que fora dito, e o nome que agora pulsava como uma sentença inevitável.
“O herdeiro de tudo será o primeiro filho do primeiro neto.”
Léo.
Seu filho.
Ela parou diante da janela, o vidro frio contra a testa. Lá fora, o céu começava a clarear em tons de cinza e ouro, e ela pensou em como o amanhecer parecia uma ironia cruel; a luz surgindo quando tudo dentro dela escurecia.
Helena estava no saguão pediátrico com Léo no colo. O menino dormia, a cabeça apoiada no ombro da enfermeira. Havia tranquilidade em seu pequeno rosto, e isso a destruiu por dentro.
“Ele não sabe de nada”, pensou, com um nó na garganta. “Não sabe que é o centro de uma guerra que começou antes mesmo de