O silêncio era tão absoluto que ela podia ouvir o próprio medo respirar.
O ar estava gelado e úmido, e cada inspiração parecia arranhar a garganta, como se o ar fosse feito de vidro moído.
Quando Olívia abriu os olhos outra vez, a escuridão ainda estava lá, mas já não era completa. Um retalho de luz prateada escorria pela janela alta, atravessando as barras enferrujadas e desenhando linhas finas sobre o chão de cimento.
Ela não sabia quanto tempo havia passado. Horas, talvez dias. O corpo doía em lugares que ela nem sabia nomear. A cabeça latejava, e a lembrança da pancada vinha e voltava como uma maré. Tentou se mover e um gemido baixo escapou.
Aquela sala, ou o que fosse, parecia um depósito esquecido. As paredes eram de pedra, cobertas de musgo e rachaduras, e o som distante do mar batendo contra as rochas ecoava através do chão. Havia cheiro de ferrugem, sal e... ferro quente. O mesmo cheiro metálico que a seguia desde o primeiro instante.
Quando se apoiou na parede para se ergue