A manhã seguinte chegou traiçoeira, banhando o pequeno quarto de Olívia em uma luz dourada e suave que parecia zombar da escuridão de suas horas insones. O canto alegre dos pardais no quintal era uma melodia cruel diante do caos que reinava em sua mente.
Ela acordou com um sobressalto, por um segundo abençoado de esquecimento, antes que a memória da noite anterior a atingisse como um golpe físico. Seu olhar correu para Léo, ainda mergulhado em um sono profundo e inocente ao seu lado, e o peso do mundo, das suas escolhas, dos seus erros, reassentou-se sobre seus ombros com uma familiaridade aterradora.
O som da porta da frente abrindo e fechando a fez estremecer. Momentos depois, Carla apareceu na porta do quarto. Seu rosto estava pálido, com olheiras escuras, mas ela segurava uma pequena sacola de farmácia com uma determinação solene. Seu cabelo estava preso de qualquer jeito, e ela vestia um casaco sobre o pijama.
— Missão cumprida — ela anunciou, com uma tentativa de leveza que não