A música da boate ainda reverberava pelas paredes do banheiro como uma batida de coração descompassado. O corpo de Olívia tremia, não só pelo medo, mas pelo alívio cruel de estar inteira depois de quase perder o controle do próprio destino.
O homem estava caído no chão, gemendo baixo, o sangue manchando o piso branco em um contraste grotesco.
Mas nada daquilo importava.
O que importava era a figura que se erguia diante dela.
Ian.
A camisa escura colada ao corpo pela tensão dos músculos, a respiração pesada como se tivesse corrido um campo inteiro, os olhos flamejantes fixos nela.
Olívia recuou instintivamente até encostar as costas na parede fria, como se a superfície pudesse protegê-la da intensidade que vinha dele.
— O que diabos você está fazendo aqui? — a voz dela saiu rouca, partida entre choque e incredulidade.
Ian não respondeu de imediato. Apenas deu um passo à frente, em direção a ela. O cheiro dele, mistura de uísque, fumaça e o perfume amadeirado que ela jamais conseguia es