O som abafado da música ainda atravessava as paredes, mas ali dentro o mundo era outro. O banheiro cheirava a álcool, perfume doce demais e sangue fresco. O homem continuava caído no chão, gemendo baixo, quase apagado. O sangue espalhado em manchas escuras pelo piso branco, o cheiro metálico se misturava ao perfume de Olivia e ao álcool impregnado no ar da boate.
Mas ninguém sequer olhava para aquele homem
Todos os olhos estavam em Ian.
Aquela presença dele ocupava todo o espaço, como se o ambiente fosse pequeno demais para conter o peso da sua raiva. A camisa escura colada ao corpo, o punho ainda marcado pelo golpe, os olhos queimando como brasas fixos em Carla.
O silêncio depois do grito de Carla era tão denso que parecia fazer as paredes do banheiro tremerem.
Ian não recuou. Os olhos dele queimavam em direção a Carla, a expressão carregada de fúria contida.
Carla se pôs imediatamente à frente da amiga, ereta, desafiadora.
— Você enlouqueceu? — disparou, ficando a frente de Olivia c