A noite já havia engolido a cidade quando Ian atravessou os portões da mansão.
O carro deslizou até parar na garagem, mas ele ficou alguns segundos dentro, os dedos firmes no volante, a cabeça apoiada contra o encosto.
O celular vibrava sobre o painel, insistente, piscando pela décima vez.
Matheus.
De novo.
As mensagens dele se acumulavam como gritos mudos em sua tela. Ian pegou o aparelho, leu por cima a enxurrada de mensagens: provocações, lembretes, piadas sobre a festa de despedida de solteiro. Um áudio curto, debochado:
"Se você não aparecer, vou mandar te buscar, ouviu? Não me faça esse favor de morrer rabugento antes do casamento."
Ian fechou os olhos. Sem responder, pressionou o botão de desligar e guardou o celular no bolso.
Festa era a última coisa que ele conseguia imaginar.
O coração dele ainda estava preso ao jardim da manhã, a saúde Nicolau, a decisão de adiantar o casamento, o Leo, e principalmente, ao maldito olhar de Olivia, que parecia ao mesmo tempo suportar e implo