Não.
A palavra soou dentro dele como uma marreta.
Ian a repetiu mentalmente como se pudesse usar aquilo para se proteger. Sentiu o corpo inteiro se enrijecer, como se a simples possibilidade tivesse força para quebrar cada músculo, cada certeza que ele tinha.
Não. Não podia ser. Não havia como.
Ele picou parado ali, no jardim, o coração acelerado como há muito tempo não sentia. O rosto de Olívia pairava na frente dela e ela o encarava com aqueles olhos que sempre atravessavam qualquer defesa. O tom cortante da voz dela ainda ecoando:
“Você transou comigo há seis anos e me engravidou? Depois sumiu e não me deu mais notícias? Pode confirmar isso?”
Um nó se formou em sua garganta. Enquanto ela falava, enquanto jogava contra ele aquelas palavras carregadas de ironia, ele sentia como se alguém tivesse arrancado o chão sob seus pés.
Não tinha como. Ele não conhecia Olívia há seis anos. Não tinha como ter um filho que não sabia que existia.
Ian fechou os olhos, pressionando as têmporas com o