O veludo frio ainda queimava nas mãos de Olívia, como se o tecido guardasse um segredo que não queria ser revelado. Ela não ousava abrir a caixa, mas a pressão invisível daquele objeto parecia esmagar seus ossos, apertando seu peito com uma força silenciosa e implacável. Cada segundo que passava, o peso do mistério aumentava, tornando o ar ao redor quase irrespirável.
Respirou fundo, engolindo em seco, e finalmente ergueu os olhos para Ian, que a observava com uma intensidade quase dolorosa.
— O que é isso, Ian? — repetiu, mas a voz falhou, trêmula, como se as palavras fossem frágeis demais para carregar o que sentia.
Ele não desviou o olhar. O olhar dele era uma muralha, impenetrável, mas atrás daquela fortaleza havia algo pulsando, uma chama contida que a deixava ainda mais nervosa, como se pudesse explodir a qualquer momento. Com um gesto firme, tomou a caixa de volta, abriu-a diante dela e revelou o que guardava.
Dois anéis.
Um deles era de ouro antigo, com uma pedra delicadamente