O silêncio da mansão pesava mais do que o próprio ar. Ian fechou os olhos por um instante diante da porta do quarto de Olívia, mas não conseguiu se mover. Suas próprias palavras ainda ecoavam na mente, como uma confissão que nunca planejou fazer.
“E eu não quero que você fuja.”
Ele odiava sentir-se assim. Vulnerável. Exposto. E pior: na frente dela.
Com passos firmes, ainda que arrastados pelo cansaço, ele percorreu os corredores até chegar ao escritório. Serviu-se de um whisky, mas deixou o copo intocado sobre a mesa. Não havia bebida forte o suficiente para afogar aquilo que o corroía.
Sentou-se na poltrona de couro, as mãos na cabeça. A memória o traiu, trazendo a imagem de Vicente, seu irmão, sorrindo como sempre fazia quando o chamava de exagerado. Ele fechou os olhos e viu também o pai, os últimos meses de luta, cada viagem em busca de um tratamento impossível. E depois… o vazio.
Agora, sem que tivesse pedido, Olívia e Léo estavam preenchendo esse espaço. Como se estivessem empu