O quarto estava mergulhado em meia-luz, apenas o abajur do criado-mudo lançava um brilho suave sobre a cama onde Léo dormia. A quietude profunda era quebrada apenas pela respiração pesada e compassada do menino, o peito subindo e descendo num ritmo tranquilo, os cílios longos pousados sobre a pele delicada, o corpo frágil envolto nos lençóis.
Olívia permanecia parada ao lado dele, mas não desviava os olhos. O sono parecia algo distante, impossível. Olívia o observava como quem vigia um tesouro.
Depois que Helena saíra, deixando instruções detalhadas sobre horários, remédios, repouso, ela decidira que não queria ninguém mais ali. Só ela e o filho. Como sempre fora. Como deveria ser.
Aproximou-se devagar e se deitou ao lado dele, sem fechar os olhos. O teto parecia mais pesado naquela noite. Cada pensamento girava como uma tempestade: Nicolau… as palavras que dissera, o peso de tudo que sabia.
E o medo.
O medo de que, a qualquer momento, o fio que prendia sua vida ao lado de Léo