O silêncio no corredor era quase um organismo vivo, pulsando em volta deles. Ian ainda segurava o braço de Olívia contra a parede, o corpo próximo demais, o olhar escuro que a atravessava como faca.
O coração dela batia como se quisesse rasgar o peito para fugir dali, martelando tão alto que ela jurava que Ian também podia ouvir. O aperto no seu braço era firme, mas o que a imobilizava de verdade era o olhar dele; escuro, profundo, cheio de desconfiança.
"E se ele já souber? E se Nicolau tiver falado algo antes? E ele só estiver me testando agora? Ele vai me odiar? É assim que tudo acaba?"
A cabeça dela era um redemoinho. Cada lembrança se misturava em flashes: a primeira vez que segurou Leo nos braços sozinha, o desespero no hospital, o primeiro beijo de anos antes que nunca conseguiu esquecer, a noite que mudou sua vida. Cada uma dessas imagens trazia uma pergunta cruel: como esconder dele a verdade para sempre?
A respiração de Olívia ficou curta. O corredor parecia se estreitar, as