O carro deslizou pelos portões da mansão e parou diante da escadaria principal;
Olívia, no banco do passageiro, não se moveu de imediato. Segurava o convite nas mãos como quem segurava algo radioativo, um artefato perigoso. A ponta dos dedos estava trêmula, a garganta seca. O coração ainda ecoava o impacto da prova do vestido, ainda podia ver o reflexo no espelho da loja: ela vestida de branco, o peso de ter se visto como uma noiva, Carla sorrindo ao lado, a emoção transbordando. E, ao mesmo tempo, a consciência cruel: era uma mentira.
Ela respirou fundo, tentando empurrar para longe a confusão que a dominava. Antes de descer, virou-se para a amiga e estendeu a caixinha.
— Quero que você fique com ele.
A amiga arregalou os olhos, em seguida franziu o cenho.
— O quê? O convite.
Olivia assentiu, a voz embargada.
— Sim. — respondeu firme, embora a voz quase tivesse falhado. — Eu só quero… pelo menos uma pessoa de verdade lá naquele dia, alguém que não faça parte desse teatro. E essa pess