Cap 19. Escapar
Fui até a recepção do hotel escoltada pelos cafetões. Chinchurreta já não estava mais com a gente. Tinha ficado lá fora, como quem queria se manter longe demais da cena.
Eu, como sempre, observando tudo. Cada detalhe. Cada olhar. Cada gesto.
Será que é verdade o que Chinchurreta disse? Que esse hotel gigantesco é de Alejandro? Olhando ao redor, essas pessoas bem vestidas, famílias com crianças, gente rindo, tomando café… não parece que conhecem alguém como ele. Na verdade, duvido até que saibam que ele existe.
E se elas não souberem quem ele é… será que me ajudariam se eu pedisse? Ou será que se assustariam comigo? Será que Chinchurreta mentiu só pra me meter medo?
Pode até ser que Alejandro seja o dono disso tudo. Ele tem dinheiro pra isso. Muito dinheiro. É traficante, afinal. Mas aqui, nesse saguão com cheiro de perfume caro, eu sinto que, se corresse, se pedisse socorro… talvez alguém acreditasse em mim. Talvez me salvassem. Ou talvez não. Talvez olhassem pra mim e não vissem nada