Cap 20. Uma quase fuga
Desci as escadas quase tropeçando nos próprios pés. Já deviam ter se passado dois minutos inteiros desde que comecei a correr, e os degraus pareciam infinitos — o que fazia sentido, considerando o tamanho absurdo daquele prédio.
Quando finalmente alcancei a área de serviço, tratei de endireitar o corpo, ajeitar os cabelos e respirar fundo. Precisava parecer calma, controlada. Como se não estivesse fugindo de um inferno.
Sem saber ao certo o que fazer, mirei a saída. Meus passos foram cuidadosos, medrosos... mas, surpreendentemente, consegui. Eu saí. Eu saí! Ninguém me viu. Estou fora. Livre — ou pelo menos é o que parece por agora.
A rua à minha frente fervilha de carros, gente indo e vindo sem sequer imaginar o que acabei de deixar para trás. Caminhei pela calçada sem rumo, como um fantasma recém-liberto. Não sabia para onde ir. Não tinha dinheiro. Não conhecia absolutamente nada daquele lugar. Estava perdida.
Meus pés me levaram até uma pracinha simples. Pequena, mas exposta. Um