Cap 7. A virgem
Subimos no palco, e de repente, as cortinas se abrem. A luz vem direto nos nossos rostos, como se quisesse nos cegar. Estamos eu e Sara, no centro das atenções, seminuas, vulneráveis, com a alma nua mais do que o corpo. O calor dos refletores bate em nossa pele, mas o que realmente queima é a vergonha, o medo e a sensação de impotência.Lá embaixo, os aplausos começam. Um mar de homens nos encara com olhos famintos. A maioria veste ternos bem alinhados, camisas caras, relógios de luxo que cintilam à luz. Eles nos aplaudem como se fôssemos artistas... ou melhor, mercadorias de alto valor em um leilão perverso.Eu, como sempre, prestando atenção em tudo, mesmo quando preferia não ver nada... percebo que aqueles homens não se pareciam com os monstros que imaginei. Não todos, pelo menos. Tinham alguns velhos com cara de tarado, sim, mas a grande maioria parecia homens “comuns”, do tipo que você veria saindo de uma reunião importante ou jantando com a família num restaurante chique. Alguns
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