Dirigi sem rumo pela cidade, ignorando os sinais de alerta. Eu não queria pensar nas consequências. A única coisa que me importava era ele, a sensação de perder ele, e a necessidade de saber o que estava acontecendo. Não havia mais espaço pra hesitar.
O telefone vibrava no banco do carona, mas eu ignorei. Era Léo, me pedindo pra voltar, me dizendo que não valia a pena. Mas eu já sabia que não valia a pena me afastar. Eu não queria estar sem ele.
A estrada à minha frente parecia infinita, mas a neblina me fez perder a visão do caminho. Minhas mãos suavam, a tensão se acumulando em cada centímetro da minha pele. Eu estava tão focada em Dante que não percebi a curva que se aproximava. Quando dei por mim, o carro derrapava descontrolado.
O impacto foi ensurdecedor. O carro capotou, e meu corpo foi projetado para o lado, batendo com força no vidro. O silêncio que se seguiu foi pesado. A dor começou a tomar conta de mim, mas era uma dor distante, como se eu estivesse observando tudo de fora