O endereço no bilhete me levou até uma rua discreta na zona oeste da cidade, entre prédios comerciais e galpões silenciosos. Era uma manhã nublada, e tudo ali tinha a aparência de algo que preferia não ser notado.
Eu desci do carro com o coração acelerado. Não fazia ideia do que estava procurando. Mas desde que Dante desapareceu da minha vida, alguma coisa dentro de mim não conseguia descansar. Não era só saudade. Era inquietação. Instinto.
Na fachada discreta do número 927, havia uma porta de metal escura e uma câmera de segurança posicionada bem no alto. Toquei a campainha. Duas vezes.
Ninguém atendeu.
Quando já estava prestes a desistir, a porta se abriu sozinha. Um homem alto, de terno e fone no ouvido, apareceu no corredor. Me olhou de cima a baixo.
— Você é…?
— Helena. Estou procurando por… Dante. Acho que ele esteve aqui.
O segurança não disse nada por alguns segundos. Depois soltou um suspiro impaciente e pegou o rádio no cinto.
— Ela tá aqui. A mulher.
Meu corpo congelou.
A m