Angelina Garcia
O celular vibrou às três da manhã.
Eu já estava na cama, de camisola, os filhos dormindo, a casa em silêncio… mas o andar de cima estava em brasa. A cama rangia. Samara gemia, dizendo coisas peculiares demais. E eu, deitada aqui, me sentia uma espectadora, sabendo perfeitamente como ela e Raul funcionavam. Era um sexo sujo, pesado, intenso. Já tinha visto surgir nele esse tipo de homem. E eu… me negava.
Na minha frente, só o ventilador rodando, lento.
A mensagem de Saulo apareceu como uma faísca no escuro. Suspirei, relutante, mas abri.
— Em casa?
Respondi sem pensar muito. Sarcástica, como sempre. Era a minha forma de me proteger.
“Sim. Esperando os meus vizinhos dormirem. E você? Quem é a escolhida da noite? Dando descanso pro terceiro ou quarto round?”
Eu sabia que ia cutucar o ego dele. E queria isso. Eu queria que ele pensasse em mim. Assim como eu estava pensando nele.
Minutos depois, nova notificação:
— Nenhuma. Nem tentei.
— Fiquei pensando na sua cara me dize