Saulo Prado
Era só uma semana. Uma porra de uma semana… e eu já não sabia mais os meus limites.
As mulheres que eu queria, eu tinha. A cara, o nome, a inteligência, o sobrenome, tudo isso sempre me deu acesso fácil. E eu usava. Sempre usei.
Mas com ela, não.
Por mais que eu provocasse, tocasse, falasse... ela recuava. Se afastava. Essa merda de rejeição já estava me deixando louco.
Angelina tinha algo que me puxava pra ela — da vontade de proteger, ao desejo quase doentio de tê-la na cama de novo. Era tudo misturado, confuso, irracional.
— Mas eu lhe disse que estava bem — ela falou, entrando no carro com a bolsa colada ao corpo.
— Não foi convincente o suficiente. Você é mais viciada em trabalho do que eu — rebati, sem tirar os olhos dela.
Ela negou, olhando pela janela.
— O que você foi fazer ali? — perguntei, direto.
Silêncio. Não respondeu. Mas eu sabia que era pessoal. Ainda mais com aquela amiga dela...
— Ainda mais com a sua amiga — insisti.
Angelina se virou devagar, me encara