Saulo Prado
Uma semana doce começava. Doce. Estranho colocar essa palavra em algo relacionado aos Prado. Porque, honestamente, tudo o que conheci vindo dessa família… foi abandono.
E caos. Dor.
O tipo de gente que machuca e, ainda assim, não assume. Coloca compensações por cima, como se tampasse a ferida. Como se silenciasse a dor.
Mas ali estava ela.
Angelina Da Costa.
Com o sorriso leve, a voz aveludada, e uma paciência quase surreal enquanto falava ao telefone com uma cliente qualquer. A pele radiante, o cabelo solto, arrumado, o sorriso de canto a canto… um brilho nos olhos invejável.
No meu caso, só servia pra foder com a minha concentração.
Pela manhã, tinham sido dois encontros. Dois casos.
Um, eu já tinha decretado como perdido. Enterrado. Indo para a terceira instância só para gastar dinheiro e tempo da cliente.
O outro, ainda pior senhor Rodrigo Braga no papel de cliente. Um velho explorador que eu preferia estar enfrentando do outro lado da mesa. Mas lá estava eu, escutand