Angelina Ribeiro
Eu havia pedido a Diogo que buscasse Ana Júlia. Não sabia se ela estava sozinha ou acompanhada. Quando o soro de Atlas terminou, o médico nos liberou para casa. Passei na farmácia, comprei a medicação prescrita e ajeitei meu caçula no assento de elevação. Ele estava molinho, entregue ao cansaço e ao remédio.
Beijei sua testa antes de assumir o volante. Ainda no estacionamento, enviei uma mensagem rápida para os dois:
"Saindo do hospital. Caso estejam vindo, estamos indo para casa. Atlas está dormindo, mas está bem."
Olhei mais uma vez o rostinho sereno dele e respirei fundo. Fiz uma parada rápida no mercado - coco, frutas, coisas leves para o suco. Eu só queria que a casa cheirasse a cuidado.
Quando cheguei, encontrei Adson espalhando brinquedos pela sala. Atlas segurava firme minha mão com aquela carinha sonolenta.
- Bom dia, dona Angelina. - A voz de Carla soou com aquele sorriso grande, como se fosse natural estar ali.
Deixei as chaves no aparador e a encarei.
- Ca