Saulo Prado
— B0ceta difícil do caralho!! — Entrei no elevador resmungando comigo mesmo. Deveria almoçar, mas estava sem fome. Vi a porta se fechando enquanto Angelina olhava mais uma vez, para aquela maldita lixeira com a rosa dentro. Eu quis sapatear em cima daquela maldita rosa, esmagá-la com os meus sapatos.
Mas ao invés de procurar um restaurante, fui parar numa floricultura.
— Me dê um buquê de rosas brancas. Bem caprichado. — A florista me olhou sorrindo, e eu retribuí com minha cara de quem não dá a mínima pra opinião alheia.
— Vinte rosas, senhor? — Assenti. Eu não entendia nada de rosas, nem de flores, nem dessas frescuras que mulher gosta.
Quando ela voltou, não achei nada bonito, nada de cinema, sem aquela perfeição de filme romântico.
— Coloque mais... umas cinquenta. Mande para... — Ela me deu um cartão e uma caneta. Escrevi. Assinei. Vi quando saiu para entregar.
Eu não tinha fome.
Estava de ressaca, o estômago embrulhado, e cada prato do restaurante me parecia uma p