Saulo Prado
Eu queria dar fim àquele tipo de estratégia. Aquilo não era pontual, não era apenas um caso da Prado, nem dos Gutierrez. Tinha mais gente. Muito mais. Advogados, juízes... A sujeira devia ser profunda, enraizada há anos. Décadas.
Os papéis que recolhiam agora? Eles eram só o começo. O fio do novelo.
O escritório Prado não nasceu ontem. E os Gutierrez também não. Eles moldaram o jogo. E, agora, o tabuleiro começava a ruir.
Mas o que ainda me intrigava era Frantesca. Por que diabos ela queria estar ali? O que tinha acontecido com a família dela? A expulsaram do escritório? Rompeu com os Gutierrez? Eu não sabia. E a verdade é que me aproximar dela parecia uma tarefa árdua. E, pra ser honesto, insuportável.
Depois de conversar com Angelina, fomos pra casa. No caminho, fingi não ver quando ela olhou para a placa de "ALUGA-SE" pendurada na fachada de um prédio antigo. Não tão longe do centro. Nem tão perto. Ela anotou o número com a ponta dos dedos no vidro do carro, como quem t