Saulo Prado
Observei a chuva incessante enquanto esperava quarenta minutos passarem. Pelo menos serviria como um tempo para descansar.
A minha mente girava em tudo que havia lido até então, o que seria aqueles acordos? E porque sempre buscavam transferir os casos para os mesmos juizes?
Prometi a mim mesmo que não deixaria Angelina desconcertada novamente. Meu lado cafajeste precisava ser ignorado, ainda que o desejo de apertar suas nádegas, sentir meus dedos afundando em sua carne até deixarem marcas, fosse quase incontrolável.
Um curto grunhido escapou da garganta enquanto visava as gotas caindo.
Apoiei ambas as mãos espalmadas na tela do parapeito, afastando a ideia. Fazia apenas vinte minutos que eu havia conhecido aquela secretária. Como já podia estar tendo pensamentos insanos com ela?
Olhei para o relógio e um lampejo desconfortável cruzou minha mente. Trabalhando ali, certamente já tinha ido para a cama com um dos Prados. Teria ido?
Evidente que sim. Qual mulher não faria isso