Depois de tantos meses enfrentando tudo sozinha, revê-lo naquele banco foi como mergulhar numa memória boa e dolorosa ao mesmo tempo.
Ele estava diferente.
Menos arrogante, menos blindado.
Mas isso não apagava o que eu vivi na ausência dele.
Durante a noite, fiquei deitada na cama com as mãos sobre a barriga, sentindo os pequenos movimentos do bebê.
Aquela era a nossa rotina.
Eu falava com ele. Ele respondia com chutes ou mexidas suaves, como se já entendesse cada palavra.
Mas naquela noite, tudo era diferente.
Porque agora havia uma possibilidade.
Gabriel.
Ele tinha me olhado com um tipo de humildade que eu nunca havia visto nele.
Um olhar de quem sabe que errou.
Mas também de quem quer tentar consertar.
E foi isso que me deixou confusa.
Eu o amava. Ainda amava.
Mas não podia deixar que esse amor me cegasse.
Não depois de tudo.
— Você precisa protegê-lo, Anna. — murmurava para mim mesma, encarando o teto. — O amor pode esperar. Mas o bebê, não.
Era essa a linha tênue que eu