Voltar à rotina não foi fácil.
Mesmo após meses afastado, eu ainda carregava o peso das decisões que tomei — e das que não tive coragem de enfrentar.
A ausência de Anna era um fantasma constante.
E agora, havia outro: meu filho.
Receber a notícia da gravidez foi como ser atingido no peito e no coração ao mesmo tempo.
A alegria de saber que havia uma parte de mim crescendo no ventre da mulher que eu amava vinha acompanhada de um medo covarde.
Eu não sabia como ser pai.
Eu mal sabia como ser homem o suficiente para ficar.
Mas sabia que precisava tentar.
Escrevê-lo não foi fácil.
Passei horas com a caneta parada sobre o papel, reescrevendo frases, riscando desculpas, tentando ser direto, sem parecer fraco.
No fim, deixei o envelope em seu prédio.
E esperei.
Ela não respondeu.
Mas também não me ignorou.
E isso já era mais do que eu merecia.
Voltar à empresa me deu a sensação de estar pisando em terreno instável.
Alguns funcionários fingiram que nada havia acontecido. Outros me ol