Algo mudou quando toquei a barriga de Anna e senti meu filho se mover sob minha mão.
Foi como se a realidade me acertasse de frente, crua e definitiva.
Não era mais sobre mim.
Nem sobre o império que minha família construiu.
Era sobre eles.
Anna e o bebê.
E eu não estava mais disposto a ficar à margem da própria história.
Não tentei voltar para a vida de Anna à força.
Em vez disso, fui reaprendendo a conviver com ela, a entender seu novo ritmo, suas novas prioridades.
Às vezes, eu levava o jantar. Outras, a acompanhava até a clínica.
Comecei a organizar o tempo para que as manhãs de sábado fossem exclusivamente nossas.
A gente não falava sobre nós.
Falávamos sobre o bebê. Sobre cores de parede, sobre fraldas, sobre nomes.
— E se fosse Noah? — sugeri uma vez.
Ela ergueu uma sobrancelha.
— Noah? Você quer que ele pareça um personagem de dorama?
— Talvez. E se for bonito e sensível, como você?
Ela corou. E riu.
— Vamos colocar na lista.
Foi a primeira vez em muito tempo que sen