Eu sabia que cedo ou tarde isso iria acontecer.
Meu tio Augusto sempre aparece quando menos quero vê-lo, e hoje, logo pela manhã, ele está sentado na sala de reuniões do décimo andar, como se fosse o dono do lugar.
— Gabriel. — Diz ele, levantando-se quando entro. — Precisamos conversar.
Sua expressão séria não me surpreende.
— Bom dia para você também, tio.
— Não estou aqui para formalidades. — Ele me encara, cruzando os braços. — Já passou da hora de você se posicionar sobre o compromisso com a família Andrade.
Fecho os olhos por um segundo, respirando fundo.
— Eu já disse que não quero isso.
— Você não tem escolha. — Augusto rebate, firme. — Essa união foi pensada há anos, seu pai acreditava que seria o melhor para os negócios. A fusão entre as empresas depende desse acordo.
— Eu não sou uma moeda de troca! — Minha voz sai mais alta do que pretendo.
Enquanto ele fala sobre contratos e heranças, minha mente está longe — mais precisamente, em Anna.
Na forma como ela me olhou onte