Aquela semana parecia interminável. Desde o retorno de Adriano, o ar entre ele e Helena carregava uma tensão diferente. Não era mais o mesmo silêncio cúmplice de antes, mas um silêncio de fronteira — o tipo que precede a despedida.
Helena tentava agir naturalmente. Mantinha-se ocupada, respondendo e-mails, revisando planilhas, evitando olhares prolongados. Adriano, por sua vez, parecia sempre atento — observando-a com o canto dos olhos, percebendo algo que ele ainda não conseguia nomear.
Na reunião de segunda-feira, ele até tentou puxar assunto.
— Vi seu relatório sobre o módulo financeiro, Helena. Está ótimo — disse, com o tom neutro, profissional.
Ela sorriu de leve. — Obrigada.
Mas o sorriso não chegou aos olhos.
E ele percebeu.
Depois disso, Adriano passou a procurá-la menos.
Não porque não quisesse, mas porque sentia que algo nela havia mudado.
Era como se Helena tivesse erguido um muro — invisível, mas intransponível.
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Na sexta, Artur reuniu a equipe par