Narrado por Zeus Marino
Decidi que seria no quintal. Nada de salão, nenhum protocolo que permita câmera grande demais. Nada de festa que entregue nossa vida ao olhar alheio. Queria a gente e o céu, o grito do mar longe e as figueiras como testemunhas. Queria fazer algo que coubesse no peito da Léa — simples, seco e verdadeiro — e que desse ao Luc o primeiro cenário de uma família que escolheu existir.
Acordei cedo, a casa ainda cheirando a lenha e café. Não dormi bem a noite inteira — não por ansiedade da guerra, mas por esse tipo de nervo que aparece quando a gente decide uma coisa grande. Chamei Enzo, pedi que avisasse o pessoal de confiança: Apolo, Ares, Isabela e Violetta. Não mais do que isso. Se alguém precisasse aparecer de última hora, que fosse apenas por responsabilidade, não por curiosidade.
— Quintal, por volta das cinco, — disse a Enzo. — Sem imprensa. Sem post. Música mínima. Flores naturais. Nada azul institucional.
Ele assentiu, sabendo que gosto de detalhe. Enzo já co